O silêncio como refúgio, a música como companheira.

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Lâmina Inflamável

Avança sobre a presa indefesa
Lança impura, que ataca sem pudor,
Cravejada de percepções rasas e ignotas -
Inverdades resvaladas sobre a saburra,
Envoltas no hálito fétido da calúnia.

Sussurros inflamáveis de invídia
(A mais devastadora das armas inatas),
Ecoam distorções de lâmina ferina:
Falsas impressões infundidas
Em crânios de verdades absolutas.

Exala a vítima silêncio resignado –
Apenas mais um motivo de escárnio.
Pérola cintilante atirada à lama,
Sorvida para engorda do ordinário.

Cruzada alguma vence o ardil e fatídico artifício!
O veneno cravado nas costas desarmadas,
Soturnamente, faz o alvo sucumbir -
Funesto vaticínio iminente desde o início.